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Ibogaína é tratamento?

Um alerta sobre o tratamento alternativo para a dependência através do uso de Ibogaína.

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A ibogaína, um composto psicoativo extraído das raízes da planta iboga, originária da África Central, tem atraído interesse como uma possível opção no tratamento de dependência, especialmente em relação aos opioides.
No entanto, é crucial estar ciente de que a ibogaína não está isenta de riscos e desafios, e seu uso deve ser considerado através de um olhar técnico.

Discutiremos nesse artigo alguns dos riscos bem conhecidos e as considerações associadas à ibogaína, com base em informações comprovadas:

Abstinência e Recaída

A eficácia da ibogaína na redução de ânsias e sintomas de abstinência não é garantida. É importante entender que a ibogaína não é comprovada como uma cura para a dependência. Deve-de considerar ao invés disso o apoio contínuo e tratamentos baseados em evidências comprováveis.

Riscos Cardiovasculares

A ibogaína pode desencadear ritmos cardíacos irregulares e problemas cardíacos graves, especialmente em indivíduos com histórico cardíaco prévio. É vital que qualquer pessoa considerando o uso de ibogaína considere as doenças cardiovasculares que podem ser originadas desse uso.

Riscos Neurológicos

A ibogaína está associada ao risco de induzir convulsões, o que pode ser preocupante, especialmente para aqueles que têm histórico de epilepsia ou distúrbios neurológicos. Há pouca pesquisa sobre a segurança a longo prazo do uso da ibogaína. Isso significa que os riscos potenciais associados a seu uso a longo prazo não são completamente compreendidos.

Riscos Psicológicos

A ibogaína pode resultar em alucinações intensas e perturbadoras, o que pode agravar problemas de saúde mental já existentes. Indivíduos com histórico de transtornos mentais devem ser particularmente cautelosos ao considerar o uso de ibogaína.

Complicações Médicas

Além dos riscos psicológicos, a ibogaína pode causar náuseas, vômitos e diarreia. Esses sintomas podem levar à desidratação e uma intensa sensação de mal estar.

Interações Medicamentosas

A ibogaína interage com certos antidepressivos, o que pode resultar em uma condição potencialmente fatal conhecida como síndrome da serotonina.

Falta de Regulamentação

Em muitos lugares, a ibogaína não é regulamentada, o que significa que pode ser difícil avaliar a qualidade e a segurança dos tratamentos oferecidos. Escolher um local de tratamento respeitável, com métodos reconhecidos e profissionais experientes é essencial para se obter um resultado de sobriedade a longo prazo.

Conclusão

Em conclusão, antes de considerar a ibogaína como parte de um plano de tratamento para dependência, é fundamental realizar uma pesquisa sobre outras alternativas de tratamentos com resultados comprováveis. Discuta todos os riscos e benefícios com profissionais qualificados e considere alternativas baseadas em evidências.

A prioridade deve ser sempre a segurança e o bem-estar do indivíduo.
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Junior Souza é pastor e técnico em dependência química.

Diretor da Comunidade Terapêutica Vale da Luz desde 2010.



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